"Conhece-te a ti mesmo"

Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda. (Carl Gustav Jung)

Certas perguntinhas, aparentemente simples mas de profundidade complexa, nos acompanham desde crianças. Não sei em que momento surgem. Permanecem como um vírus adormecido até que um dia, em meio a uma crise depressiva, ele acorda -, intenso, voraz e até mortal.
"Quem sou eu? O que estou fazendo aqui?” De repente as respostas tornam-se essenciais para dar continuidade e, mais do que nunca, significação à vida. Nessa busca, muitas vezes desesperada, o indivíduo pode parar no caminho e ou voltar, se enlear em um labirinto interminável de dilemas e questões mal resolvidas no passado e até se perder por descaminhos. Isto porque achar o eu verdadeiro é uma luta interna dolorosa, uma viagem às profundezas obscuras do ser para quebrar conceitos e imagens enraizadas em nossa mente por educadores, sociedade e religião. Para quem possui a semente da crença religiosa, é bom lembrar que Santo Agostinho apontava a interioridade como a via de acesso a Deus e, por tabela, para a felicidade. Quem achar o caminho das pedras sai da aventura mais preparado, então sim, para tomar as rédeas e se embrenhar pelas trilhas de um labirinto maior, o da vida.

Claro que achar as respostas não vai tornar ninguém imune aos acontecimentos em volta, mas ao conhecermos melhor nossa própria alma, percebemos, entendemos e toleramos o outro e isto, por si, já é uma grande arma num mundo de pessoas iludidas e escravizadas pelo ego, pela racionalidade excessiva, pelos vícios do corpo, os falsos desejos e vaidades variadas, enfim do medo de nada serem, de nada valerem no decorrer da história.

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A importância do utoconhecimento