Brasil terra de todos, pátria de poucos
"Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão." Eça de Queiroz
candidato deve apresentar toda a sorte de documentação que comprove as informações prévias e sua boa índole.
No primeiro contato visual, o entrevistador já pode analisar e tirar uma série de conclusões sobre o candidato. O porte, a postura, o modo de sentar, já darão uma boa idéia do seu nível de educação; já expressões, movimentação do olhar e das mãos, evidenciam traços da personalidade. Nada escapa a um olhar treinado.
Mas aqui, agora, neste momento, não me interessa discutir as ferramentas utilizadas para traçar perfis psicológicos ou medidores de competências, o que quero colocar sob o foco de uma lente microscópica é o nível de exigência com que é tratado um candidato, nos dias atuais, a qualquer função, e a ausência total de imposições para a sociedade política brasileira. Pelo que li há apenas três pré-requisitos destacáveis para se candidatar a cargos políticos: uma idade mínima, ser filiado a um partido e naturalidade brasileira, Presidente, Vice-presidente e Senador (35 anos), Governador (30 anos), Deputado, Prefeito, Vereador (21 anos).
Acho que não é novidade para ninguém, afinal de contas todo o mundo sabe que o Presidente da República está muito distante de qualquer exigência empregatícia. E não é apenas ele. Ano após ano, acompanhamos espetáculos de mau caratismo, incivilidade e falta de respeito extremados, para com a população e o país, da parte dos políticos, e isso porquê? Simplesmente porque a grande população não exige, contenta-se com os “bolsa-esmola” e com o fato de que Lula é um filho do povo, “gente que nem nós”. Salvo umas poucas vozes isoladas na mídia, na internet, no botequim, no churrasco, ninguém se mostra incomodado.
Pais lutam diariamente para dar aos filhos uma educação que os livre da dureza diária do profissional médio, que só pode aspirar a poucos luxos: manter o emprego que lhe paga o salário chinfrim, e voltar para casa todo o dia, vivo, e a tempo de assistir o jornal nacional. Em várias instituições de ensino, há adolescentes e até crianças do ensino médio fazendo trabalhos escolares que certos políticos não teriam capacidade de executar. Além disso têm jornadas de estudo tão desgastantes que poderiam envergonhar(?) políticos pagos a preço de ouro para comparecer por poucas horas no plenário e ainda assim, vejam só, não dão as caras.
Somos os patrões dessa turma que mostra diariamente que não liga para honra nem desonra, vergonha ou a falta dela. Nenhum ideal patriótico moveu essas pessoas a uma carreira política que não a de engordar a própria conta bancária, galgar status na pirâmide social e uma vida de luxo fácil. Orgulhos e vaidades frívolas pagas com impostos massacrantes, aposentadorias miseráveis e uma saúde pública mortífera.
Os custos de colocarmos pessoas sem habilitações, despreparadas culturalmente para exercerem cargos públicos que exigem certa fluência em muitas áreas, educação e princípios morais comprovados, são altíssimos. O vício de chupar balas do presidente Lula, por exemplo, deixa rastros por onde passa, e precisam de um séquito de assessores permanentemente atentos a este e outros deslizes do chefe de Estado.
Pior quando ele viaja em missão diplomática, onde os olhos do mundo estão voltados para os Presidentes, através das câmeras sempre a postos dos jornalistas. Basta relacionar essa falta de princípios num cenário de conferências mundiais sobre meio ambiente para termos noção do estrago que os papeizinhos do presidente, jogados pelo chão, causam. Apenas este episódio já explica a exorbitância de servidores que trabalham na estrutura da presidência, se estendido às competências profissionais e culturais veremos que há muitos buracos a cobrir.
Certamente os nossos políticos estão garantidos por muitos anos, pois vozes argumentam diariamente dirigindo-se à grande população, eleitores dessa corja de malandros, que o Brasil está firme e forte, no rol da fama, chic não? Na rota do crescimento econômico, na mira de grandes potências. Que bonito! E os mesmos eleitores babam claro, afinal Hillary Clintom veio ao Brasil, e... Quem é essa nega mesmo? Ué a americana casada com o tal do Clintom... daquele escândalo... E é isso que importa. Sequer lembram que todas essas baboseiras não têm impacto direto no nosso dia a dia, ou melhor, têm sim e muito. Baba-se com pouco e paga-se muito.
Seguimos nós sangrando por impostos altíssimos, esperando milagres nas instituições públicas de ensino, para que pelo menos os nossos netos possam gozar de uma boa educação sem escravizar os pais; esperando o cumprimento de promessas históricas que melhorariam a qualidade de vida e o desgaste emocional da população que vive por um lado às voltas com um sistema de saúde para lá de precário, por outro às turras com administradoras de planos de saúde que não cumprem o que prometem e vivem em conluio com a massa podre da justiça e da política (esta palavra por si já é um arrepio).
O Brasil é um simulacro do exercício político, governado, ou melhor, desgovernado por indivíduos, na sua maioria, inescrupulosos que decidem o nosso destino, indivíduos que seguem normas, regras e diretrizes próprias; que acham que honra é encher o bolso com o dinheiro público, e mostrar seu sucesso na próxima campanha política, (alguém ainda não viu o filminho com o barraco onde nasceu o candidato?); que dignidade é usar terno e gravata e tratar o colega por Vossa Excelência, e patriotismo é cantar o hino nacional, erguer a mão no ato da posse e fazer o juramento “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
Imagem acima do blog Dia Exotico
Requisitos para deputado (outra voz que fala)
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