Reféns da própria mente

Todos sabemos que as atitudes irão definir as nossas vitórias e derrotas nos desafios da vida, assim planos de vida, objetivos ou simples desejos de mudança exigem acão. Mas o que fazer quando a pessoa cria suas próprias barreiras?

Há pessoas que vivem infelizes, elas desejam muito algo. O tempo passa, dias, semanas, meses, anos, e nada acontece. Logo a pessoa se fecha numa amargura, desconsolo, frustração e desesperança. Sua auto-estima vai ao chão, sente-se uma derrotada, até mesmo uma incapaz para enfrentar desafios.

Com o tempo estes indivíduos tendem a recuar diante das dificuldades. Eles vēem as derrotas como fracassos, logo o medo as paralisa e, como a avestruz, enfiam a cabeça debaixo da terra, que, no caso, pode ser deitarem na cama, literalmente, e não levantarem por dias, desencadeando processos no organismo. A fuga inconsciente as faz dormir fora de horas, para que não tenham que enfrentar as dificuldades. Faltam ao serviço, às aulas, aos compromissos. O estresse e o medo doentio não os deixa perceber que desrespeitam as pessoas que nelas confiam, que lhes dão suporte, como colegas, professores, familiares.

Elas podem ficar presas, anos a fio, nesta situação, perdem emprego, desistem de cursos, de sonhos, objetivos, simplesmente porque se acham incapazes de corresponder às responsabilidades, se apavoram diante dos desafios. Elas perdem a noção do grau de dificuldade. Em suas mentes qualquer entrave ganha amplitudes distorcidas, que enxergam como inversamente proporcionais à sua capacidade. Infelizes, fecham-se em si mesmos, o que menos desejam é enfrentar o chefe, pais e quem quer que seja que lhes possa cobrar resultados, ou que eles assim imaginam.

Incrivelmente, eles tendem a desenvolver uma revolta interna que pode se expressar em raiva e canalizarem-na na personalidade mais frágil que com elas conviver, um irmão, mãe, esposa, até mesmo um animal de estimação. Sua mente irá desencavar conflitos do passado, e os sentimentos neles envolvidos são anexados às frustrações presentes. Com isto sua raiva pode gerar um nome, um desafeto, que pode ser o pai, a mãe, o irmão mais velho, a tia...

Sentimentos, emoções e até valores se misturam e transfiguram em sua mente, que segue criando mil desculpas para sua incapacidade e frustração de sair do buraco em que se enfiou, sem perceber que nada se alterará enquanto ele mesmo não mudar sua atitude, suas ações. Quando alguém se aproxima para o ajudar, sua análise desfigurada da situação, o colocam na defensiva, quando não, implicam em atitudes agressivas e acusadoras.

A esta altura seus objetivos há muito mudaram, ele vai desistindo e gerando outros que acredita serem mais fáceis, mas logo surgem os problemas costumeiros. A tensão passa a ser uma constante, e sua capacidade de corresponder a compromissos sérios é quase nula, a ansiedade chega a índices exagerados, e o pânico se instala. Terminar um trabalho escolar ou profissional vira uma problemática repetitiva, e sua auto-estima zera. Nem mesmo compromissos simples e rotineiros ele é capaz de executar. Perdeu os documentos? Passa sem. Perdeu o horário no psicólogo? - Não é importante. Não terminou o trabalho? - Não vai à aula, depois fala com o professor. A fuga passa a ser resposta para toda e qualquer situação. Tudo é para amanhã, e depois, e depois...

O grande perigo, para este indivíduo, é quando seu orgulho se torna um impedimento ao pedido de socorro. A falta de humildade sustenta a agressividade para com as pessoas que lhe estendem a mão. Sua vida pode seguir inteira nessa inércia, sustentando-se às custas de familiares, pais, irmãos, avós, que se sentem responsáveis, quando não, culpados pela situação.

Difícil mesmo, é quando são indivíduos inteligentes, que possuíam tudo para serem vitoriosos, profissionais de destaque em qualquer área que escolhessem, mas que em algum momento, deixaram que um gatilho emocional revirasse seus valores, aprisionando-os numa lamentável e triste degeneração.

Este cenário, além de um prato cheio para doenças psicossomáticas, podem ser uma porta para todo o tipo de dependência, degradação, e chamariz de companhias indesejáveis de pessoas que circulam no submundo dos que aceitaram a derrota como destino.

É uma prisão mental, onde a apatia funciona como uma droga, um vício, uma fuga às frustrações, às contrariedades. E a saída, tal como qualquer outra prisão viciante, só depende de sua própria mente: se abrir, reconhecer que precisa de ajuda, abraçar e dedicar-se à oportunidade, libertando todo o seu potencial.

Para mais informações, visite os links:
- Autosabotagem
- Como nos autosabotamos
- Não deixe que seu maior inimigo seja sua própria mente
- Vida sem medo e Ansiedade
- O funcionamento da mente

Comentários

  1. Foi muito bom ler teu artigo, muito bem elaborado, tenho certeza que vai ajudar muito minhaansiedade

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    1. Olá Marcos Vinícius! Fico feliz em saber Q alguém se beneficiou um pouquinho deste texto. Mt obrigada e volte sempre.

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