Sobre um post no instagram

Eu estava pensando sobre a minha postagem no instagram, logo após a meia noite do dia 24 para 25, na madrugada de sábado para domingo. Isso aconteceu enquanto descansava em um cantinho, com pretensões de sala, que tenho junto ao meu quarto. 

Eu olhava em volta, como sempre faço, quando me acomodo naquele espaço, porque invariavelmente penso que é um canto que eu gostaria de melhorar e dar-lhe o status merecido de sala íntima, pois desde o inicio a criação do lugar teve esse objetivo. A frustração que sempre me causa, naquele momento foi diluida pela taça de vinho que saboreava. Foi quando lembrei da postagem no Instagram. Ora, as mensagens que posto em minhas redes sociais são para um eventual visitante necessitado de uma palavra amiga, uma mensagem de alento, uma inspiração ou um afago. São postagens que expressam a minha vibe do momento. 

Permaneci ali refletindo sobre a mensagem, bicando o vinho. Me ocorreu então que certos assuntos de tão repetitivos podem soar artificiais. Acontece que este é um tema recorrente na minha vida, tanto que neste blog eu abordo muito a temática do pensamento positivo. E o que sempre me ajuda quando estou com alguma dificuldade, seja de ordem material ou emocional, é recorrer a um processo pessoal que funciona para mim. Neste ponto acho importante destacar que embora haja várias metodologias, algumas mais conhecidas que outras, difundidas em livros e palestras por esse mundo afora, e há décadas, acho importante ressaltar que cada pessoa deve achar o seu caminho. O meu, eu o achei por acaso durante um episódio no passado que me afetou profundamente porque envolvia a minha reputação.

Em breves palavras, uma moradora do mesmo condomínio onde eu então residia, invocou que eu arranhara seu carro, e pedia a expulsão da minha família do condomínio. Ora, a síndica, passando por cima de meus direitos de condômino, atendeu o pedido da dita cuja, e foi logo escrevendo uma carta acusatória com o fim de iniciar o processo de expulsão. Devo ressaltar que eu e minha família, na época meus três filhos eram pequenos, somos pessoas discretas, avessas a confusões e discórdias. Sempre procedemos educadamente com quem quer que seja, não frequentavamos a casa de vizinhos, e muito menos punhamos os pés em festinhas e baladinhas domésticas. Nossa vida era corrida demais, e o descanso se impunha como prioritário. 

Não usarei de modéstia para dizer que nossos valores morais e éticos, nos coloca, no ambiente social caótico em que vivemos, a leste de todo o tipo de mesquinharia, como a dita moradora que me colocara em tal situação. Eu entrei numa vibe de indignação e revolta tão profunda, que mal dormia e comia. Entendam, eu não estava com raiva da fulaninha, que para mim era um serzinho insignificante, eu estava revoltada com Deus, com o Universo, Buda, etc. Eu conversava com o divino, não choramingando, mas cobrando sua atenção pelo inferno astral que eu estava vivendo sem ter feito absolutamente nada a ninguém. Na verdade, eu cobrava com a autoridade e a segurança de quem tinha muito mais a receber em bonus que em ônus. Afinal, eu escutara a vida inteira que a colheita era proporcional ao plantio. Eu tinha plena certeza que minhas sementes eram de boa qualidade, longe de sermos fechados em uma bolha individualista, temos a convicção de que ajudar o próximo era o comportamento desejado para uma sociedade humanitária e evoluída. E era o que fazíamos. Por isso minhas conversas intermináveis com o divino eram muito acaloradas, e em tom de repreensão e cobrança. 

Eu e meu marido, como tanta gente no país, sonhávamos em comprar casa própria e sair do aluguel, mas a quantia necessária para a entrada estava longe de ser alcançada. Eis então que a participação em um concurso insignificante nos presenteou com o valor necessário para tal, e no momento que mais precisávamos. 

Anos depois ao lembrar esse episódio, eu percebi que fora a minha postura enérgica, de quem se sabia merecedora dos céus, que me valera a graça. Eu tinha aquele feeling de que a minha convicção de merecimento me rendera o auxílio de forças ocultas do bem. Mais do que meus pretensos dotes de um ser humano bem acabado, fora a convicção disso que me rendera a graça. Eu não caí na armadilha das lamúrias e lamentações. A minha profunda indignação servira de barreira para a autocomiseração. 

Sei que muitas pessoas mais do que indignadas, ficam revoltadas ao verem gente ostensivamente ruim, aquilo que eu chamo de lixo social, se dando bem. Tal sentimento as leva à descrença e desânimo, e nada como a falta de fé para enfraquecer o indivíduo. É preciso entender que a fé é um sentimento de empoderamento, e uma arma valoroza para todo o tipo de alma, por isso vemos canalhas afortunados. Confiança, crença e credibilidade, o trio mágico da fé, não são sentimentos reservados à religião, podendo ser canalizados em qualquer pessoa ou coisa. Por isso, aceitemos que a fé está à disposição de qualquer ser neste mundo, para o bem e para o mal. 

Nada mais tenho a dizer no momento, a não ser... 

Encontre a sua fé!


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