O que é a verdade?

‘A verdade não pode ser dada, ela já está em você’ (Osho)
‘A tua palavra é a verdade desde o princípio’ (Salmo 119:160)


O dicionário fala que Verdade é a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro da realidade apresentada.


Vivemos numa sociedade de muitas verdades, poucas coerências e um sem fim de contradições. E vivemos também em meio a muito ceticismo. Não é nada fácil caminhar nesse mix sustentável e ainda conservar certa lucidez. Sinto que o importante é manter-se aberto e não levar nada muito a sério, não se desgastar com discussões inúteis e estressantes, que levarão a lugar nenhum. Claro que trocar ideias sobre qualquer assunto, é salutar. A possibilidade de enxergar as coisas sob novas perspectivas pode ajudar, e muito, não apenas a enfrentar dificuldades como a abrir consciências, a alavancar o progresso emocional.

Hoje, mais do que nunca, sabemos que a verdade de ontem, pode ser o equívoco de hoje e a ironia de amanhã. E as consequências podem levar à estupidez insana, que o digam as idiossincrasias da igreja católica que levou muitas almas às armas, ao cadafalso e à fogueira.

A fogueira de hoje é a exclusão social.
Eu diria que pretensas verdades e o condicionamento comportamental da sociedade caminham de mãos dadas. A sanidade da sociedade oscila assim entre a arrogância dos catedráticos e a afetação dos mercenários da fé. É o verso e o reverso do poder, onde meias medidas exigem certa dose de atitude e coragem de quem vive à margem dos padrões.

Verdades insustentáveis são mantidas há milênios por certezas equivocadas e uma ignorância emperrada na arrogância irracional. O resultado é uma sociedade dividida em hierarquias de vaidades, uma humanidade insatisfeita, correndo desnorteada atrás de quimeras, incapaz de enxergar a felicidade simples e suave que a rodeia.

O tempo passa.
Cenários são trocados, criam-se novas terminologias, mas os velhos paradigmas seguem determinando nosso comportamento, mascarando a nossa humanidade, latente por explodir, mas receosa, acovardada com o julgamento que espreita.

No final somos todos um bando de crianças assustadas com a possibilidade de estarmos fazendo algo errado, vivendo na eminência do castigo. O triste é que navegamos juntos nas mesmas águas turvas da dúvida, da incerteza, da insegurança, das desconfianças, da autopiedade... sem percebermos que o bicho papão não está dentro do armário, ou debaixo da cama, mas dentro de nós.

Somos assim metamorfoses ambulantes e constantes, dualidades esquizofrênicas, o público e o privado se digladiando internamente. Como se vivêssemos num tablado querendo desesperadamente agradar um público voraz. Palhaços, bailarinas, trapezistas, equilibristas, leões e elefantes estressados. Um poema circense, enigmático, melancólico, patético, hilário, decadente... O maior paradoxo do Universo. A verdade e nada mais que a verdade.
Palmas para nós!

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