A imaturidade nas relações

ATT: não é conselho, trata-se de meditação, incômodo, no máximo, apelo à consciência.
Acho que chega uma hora na vida que todos queremos sossego, viver na santa paz. Mais do que entender é preciso aceitar que realmente existe a hora certa e lugar para tudo, dentro do bom senso, of course. No máximo dos máximos vale a poesia ou fantasia do "siga o coração", tipo escute e dance o Danúbio Azul, mesmo que o mundo inteiro cante 'Ai se eu te pego', desde que haja coerência. Caso contrário a falsidade do caráter pode vir à tona, porque a mentira e a máscara não resistem ao tempo.

Tem a hora de pedir ajuda;
O tempo da espera;
Lugar pra fazer e dizer o que sente;
Hora pra soltar a franga, rodar a baiana e mandar o ex à merda.
E tem aquela hora de parar de se fazer de vítima, de falar pro papai, mamãe, irmão, cunhada, papagaio, cachorro que o ex disse, fez e aconteceu, que a amiga roubou a paquera, que a vizinha...
Porque...
Aos 15 anos tem-se todo o direito do mundo de fazer drama;
Aos 20 de tomar umas e outras;
Aos 30 de entrar em deprê;
Aos 40 de encarar uma terapia, mas...

Chegar aos 50 e continuar chamando o pai, agora velhinho e doente, a mãe idosa e cansada, que segue lavando, passando e cozinhando para os filhos, cuja adolescência já está fazendo 50 anos, e, como se não bastasse, fazendo o mesmo para os netos, a nova geração, mesmo quando os filhos já sairam de casa há décadas? Minha filha, além da falta de vergonha, ainda precisa fazer queixinhas ao irmão barraqueiro, de moral duvidosa, como se estivesse no primário?! Pelo amor de deus! Isso já beira a estupidez, para não dizer insanidade, quase virando caso de internação, quem sabe, transtorno bipolar, neste caso, com sorte, dá para eximir-se da culpa...

O ponto é que passou da hora de cair a ficha e assumir a incompetência para gerir a própria vida, passou da hora de querer ser a eterna menina mimada que sofre de complexo de Peter Pan, passou da hora de posar de insegura, de mal amada, de vítima, de virtuosa...

Sei lá!

Cara! Manda logo pra pqp, pros quintos dos infernos, ao invés de chorar feito Madalena, de querer que todo mundo passe a mão no pelo, chame de coitadinha, de docinho, de frágil... Quem tem alma de Madre Tereza não perde tempo com ais e uis. Parte logo prá luta, iça a bandeira, mete a boca, ergue a voz pelos descamisados, doentes, e NUNCA! NUNQUINHA mesmo incita a família inteira pra desancar o(a) ex, a vizinha alcoviteira...

Assim, chega o tempo, a hora e o lugar, em que não há nada mais decente a dizer, sequer um olhar. É desta forma que provamos para nós mesmos que a fila andou, que estamos em outra e o que ficou lá atrás é paisagem. De contrário, é cair na baixaria e no limo. Se lavar em lágrimas, dar uma de coitada, contar sua visão bilateral dos fatos, esquecendo a própria responsabilidade nos mesmos, porque lhe é conveniente? Hum!... Sei não! A psicologia tem um palavreado bonito 'transferência de responsabilidade'. Mas, seja o que for e como, a verdade, neste caso, é uma só: joguinho sujo para deixar todo o mundo em volta com raiva e vontade de matar os seus desafetos, falta de caráter, covardia feia e grossa, nada diferente dos tais a quem você acusa, algo como complexo de Peter Pan com personalidade de Capitão Gancho.

Vamos lá! Você consegue!
Peito aberto, crista erguida e passo de puro sangue. Só devemos ser atingidos pelo que incomoda a consciência, o que vem debaixo é como um zumbido chato que some apenas com uma esfregada de ouvido e uma estapeada no ar pra afastar o inseto e então seguir, direto e reto.


Veja também:
Cultuando a vítima
Como é uma personalidade imatura

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