O que é ser espiritual

espiritualPara começar, espiritualidade não é o mesmo que ser espírita. Pesquisando na internet percebi que há muitas controvérsias em torno do termo espiritual. A polêmica já começa com os cristãos que apresentam várias definições.

 No site Mundo místico é ressaltada a diferença entre espiritualista - toda a religião ou doutrina que tem como premissa a imortalidade da alma - e espiritismo - religião ou doutrina que acredita na imortalidade da alma com reencarnação em diversas formas. Por isso pode dizer-se que todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita, porque tanto um quanto o outro acredita em espíritos, mas não acredita na mesma forma de manifestações.
Para os místicos, o homem é um ser espiritual, já que ele mesmo é em si um espírito vivendo em uma realidade física, temporariamente. “Sendo espiritual, o homem em algum momento de sua vida descobre essa realidade que nada tem a ver com religiosidade. Em algum momento o homem se move e se posiciona em sua vida respaldado na espiritualidade que nada mais é senão essa conexão com a sua morada interior, com esse espaço sagrado de onde vêm todas as certezas, as respostas, as soluções, os segredos. A origem da vida, os mistérios, a ancestralidade, a genética espiritual, a biblioteca akástica, o nosso acervo original. Aquele que é própria vida, pois é e ao mesmo tempo está contido na concepção original da raça humana.

A espiritualidade é um sentimento genuíno de contemplação, de um olhar com a alma para o outro, a outra alma, na sua plenitude, para além da realidade física e sentir uma conexão com todos os seres do Universo e o próprio Universo.
A pessoa que tem essa visão profunda, essa mente ampla, liberta da prisão dos conceitos e dogmas impostos por religião, cultura e sociedade, estende a mão não ao crente, ao negro, pedinte, índio, homossexual, miserável, infeliz, doente, mas ao irmão, ao companheiro de jornada.
De alma para alma.
Este é o verdadeiro crescimento espiritual do homem, a sua transformação, que é o que, em princípio, as religiões pretendem. E aqui o equívoco de muito religioso, ou melhor, pretenso religioso que, estupidamente, acredita que seguindo uma religião, o culto, rezando o pai nosso e fazendo caridade, já se transformou, é um servo do senhor. Na verdade, isto é puro materialismo rotulado de espiritualidade. Um pacote adquirido na sua rotina cristã, para Deus ver.

A transformação começa do encontro consigo mesmo, na meditação diária, no olhar da própria alma, que é o verdadeiro templo. Só quando o homem consegue enxergar-se verdadeiramente, olhar-se como o ser limitado que é, e ao mesmo tempo potencialmente perfeito, a imagem de Deus, consegue reconhecer-se no outro e percebê-lo como um legítimo irmão.
O ateu, que não usa os artifícios da religião, mas pratica diariamente o bem sem olhar a quem, simplesmente, porque sente, genuinamente a dor alheia como própria, é mais espiritualista, transformado, que o cristão. Aquele mesmo que bate no peito se dizendo de Deus, que grita suas rezas para todo o mundo escutar e aponta o dedo acusador ao seu igual, com todo o tipo de acusação, para se mostrar superior, escolhido, ou sei lá que termo que inventem estas figuras.
Há indivíduos que já nascem grandes almas, seres imaculados, que nós, comuns mortais, necessitados de tudo rotular, os apelidamos de santos. Outros há que conquistam esta distinção porque sentiram o chamado da alma. Isto porque o livre arbítrio é para todos, indistintamente, até mesmo a alma ímpia, maculada com a mais vil ação, pode, a qualquer momento escutar o chamado, livrar-se do mal.

Ninguém deveria apontar o dedo, jogar pedras, porque o mal está em todos. Poucos podem assegurar que fariam, ou deixariam de fazer determinado ato. Sabe-se que é nos momentos de maior desesperança que se revelam as almas legitimamente boas. Assim, nenhum indivíduo, a quem a boa fortuna sempre sorriu, pode dizer-se melhor que o coitado, a quem a desventura nunca largou, que caiu na tentação de uma vida marginal, por lhe parecer mais fácil.
Caminhar em meio ao bem e ao mal, cair e levantar constantemente, maldizer, desdizer e dizer atordoadamente, chorar e rir naturalmente, desaprender e aprender eternamente é a grande aventura de qualquer alma. Assim desejo: livrai-nos do mal.

Comentários

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  2. Carlinha! Adorei o texto "o que é ser espiritual". Bjo gde. Cidinha

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  3. Legal você ter explicado as diferenças entre espiritualidade e espiritismo! Muitas pessoas também confundem religiosidade com religião, até mesmo praticantes de algumas religiões que negam a religiosidade de pessoas que se dizem à toas! Oooops! Ateus!! Beijus,

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