Na trilha da felicidade

“Um momento de clarividência interior pode valer, por vezes, a experiência de uma vida” (Autor???)
“Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos,  inclusive o da felicidade.” (Charles Chaplin)


O caminho para a felicidade, segundo as mensagens e ensinamentos de todos os sábios, de todas as épocas, é bem mais curto do que a maioria dos mortais imagina. E afinal o que vem a ser essa felicidade que todos buscam incessantemente?


É muito comum alguém, passando por um período fortunoso, confidenciar: "Estou no céu!" A pessoa encontra-se em estado de graça, que logo se esvai e mesmo antes de terminar já dá para sentir a tristeza voltando, a saudade que ainda vai chegar. Porque somos assim, seres eternamente descontentes, desejosos de algo inexplicável e inexistente ou existente mas oculto numa insatisfação inerente a qual todos somos portadores. Alegrias e momentos de encantamento não nos interessam. Queremos mais, muito mais. Queremos o happy end, o pássaro azul, a terra prometida, o graal e tudo o mais que o inconsciente coletivo criou nessa correria incessante pelo mito da felicidade. Da busca restou o gosto amargo do inalcançável, a sensação perene de que a felicidade está sempre adiante, acima, no céu.

Sábios da antiguidade apontam a sabedoria como o caminho para a felicidade eterna. Conselho que foi seguido por todos os cavaleiros andantes de todos os tempos que empreenderam a viagem em busca do cálice da verdade. Os sábios do nosso tempo prosseguem na propagação dessas verdades,  conclamando a todos à mesma viagem -, a apoteose do conhecimento.

Dante faz essa ligação entre felicidade e sabedoria nos versos da Divina Comédia. [Luz intelectual cheia de amor; amor do verdadeiro bem cheio de alegria; alegria que transcende toda a doçura]. Ele nos diz que a felicidade do céu é a felicidade da alma que consiste na posse da verdade - luz intelectual - sabedoria.

Alguém haverá de perguntar: - "E que verdade é essa?" E muitos outros viajantes da alma e do conhecimento responderão em modesta tranquilidade (porém com palavras bem mais suaves que estas imaginadas):
- Aquelas verdades simples e, para nós seres complicados, tão sábias que não fôssemos tão cegos e surdos aos nossos próprios anseios e a tudo o que nos cerca, e nossa insatisfação se extinguiria momentaneamente.
Na mesma obra o filósofo florentino aconselha: "Olhe a paisagem em volta, escute o que os outros dizem {... con occhio chiaro e con afetto puro]".

Em todas as épocas, em todos os lugares, existiram pessoas que parecem ter nascido com esse olhar claro e um afeto puro para com todas as criações e criaturas do Universo. Só para mencionar alguns e até repetir (veja outros postes deste blog): Jesus Cristo, Buda, Krishnamurti, São Francisco de Assis, Chefe Seattle... Outros ainda sem terem nascido com essa pureza, tinham/têm, no entanto, a semente e a sede da sabedoria e suas vidas tornaram-se mensagens eternas para a humanidade. Recordarei aqui um contemporâneo - Mahatma (grande alma) Gandhi.

O franzino pacifista hindu dedicou sua vida à independência do seu país - a Índia. A prece e a reflexão foram os seus instrumentos. Ghandi precisou seguir o caminho do autoconhecimento para exorcizar características de sua personalidade, como o egoísmo e o orgulho, que poderiam comprometer seus ideais. "Não pode haver nenhuma paz dentro sem o verdadeiro conhecimento", dizia ele. Ghandi nunca teria realizado sua obra se não tivesse empreendido essa viagem solitária às profundezas do ser, se libertando de preocupações secundárias e temporais para escutar as mensagens subliminares de sua/nossa própria mente em comunhão com a natureza-, a viagem que só o herói empreende.

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Comentários

  1. Oi! Simplesmente adorei seu blog, suas reflexões e tudo mais!! Agora, o que mais me tocou foi a mensagem que aparece logo no começo...muito linda!!
    Eu adoro ler biografias, ainda mais de pessoas tão fundamentais para o crescimento do pensamento humano! Eu já li a do Ghandi. Meu Deus...quem dera as pessoas possuissem 1% de sua inspiração! O mundo seria outro!
    Bjs
    Carla

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  2. Obrigada, Carla. Também adoro biografias, a do Ghandi li à muitos anos, acho q tinha 13 anos. Além disso também sou muito atenta, e isso desde muito nova, à vida de pessoas comuns, pois não só a nossa vida, como a dos outros valem como experiências, para refletirmos e percerbermos que estamos realmente todos na mesma caminhada.

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  3. A essência esta perfeitamente explicada nesse contexto.
    A busca da felicidade precisa partir da simplicidade dos objetivos aliados ao conhecimento que começa por uma viagem ao nosso interior.
    Amei.
    Maria Marçal - Porto Alegre - RS

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